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No caminho com Maiakovisk.
Veja abaixo o fragmento do poema “No Caminho com Maiakóviski”, sobre o qual lhe falei. Foi escrito pelo poeta brasileiro Eduardo Alves da Costa, e, injustamente, por erro de interpretação, atribuído a Maiakóviski, poeta russo.
Como bem conversamos, creio que se encaixa em qualquer situação onde nos tornamos reféns da passividade… Fácil condição, numa época em que os ladrões de valores da subjetividade alheia se apresentam com múltiplas faces, não raro diante do espelho… Roubam confiança, gentileza, sinceridade, boa fé, delicadeza… E tudo de forma tão veloz, e tão maciça, que por preguiça ou por cansaço, optamos por funcionar no automático, ignorando se somos apenas vítimas ou se ora somos algozes.
Leia com a Júlia, e veja como ela interpreta… Sim, precisamos cuidar das flores… Creio que seja uma pertinente reflexão para uma véspera de Natal e início de novo ano.
Um grande e forte abraço,
No caminho com Maiakovski
“[...] Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. [...]“
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