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  • O Corpo – Frei Betto

    Data: 07/06/2012 | Categoria: Livre | Comentários: 0

    Frei Betto é um frade católico engajado politicamente e autor de mais de 50 livros, entre memórias, romances e ensaios, e vencedor de dois prêmios Jabuti.

    É mineiro, bonito, charmoso, mas, dentre tantos atributos, os que mais me atraem é ser sensível, “antenado” e muito inteligente. Leio sempre o que tem a dizer, vale a pena, nunca é tempo perdido.

    Visite o http://www.freibetto.org/index.php/artigos e verá que tenho razão!

    No último final de semana li seu artigo “O Corpo”, pertinente para o feriado de hoje.

    Corpus Christi é uma expressão latina que significa Corpo de Cristo. É um evento cristão baseado em tradições católicas. Uma festa onde se celebra a presença do corpo e sangue de Cristo, sendo um dos sacramentos da Eucaristia.

    Segundo as religiões cristãs, na quinta-feira santa, dia que antecedeu a sua morte, Jesus Cristo reuniu os seus apóstolos para a Última Ceia, quando disse: “Isto é o meu corpo (apontando para o pão), e isto é o meu sangue (apontando para o vinho)”. Os católicos do mundo todo agradecem, então, o dom da Eucaristia, no qual acreditam ser Deus o alimento espiritual da alma.

    Fonte: http://pessoas.hsw.uol.com.br/corpus-christi.htm

    Eis o artigo!

    O Corpo – Frei Betto

    Em torno da festa cristã de Corpus Christi, vale lembrar que uma linha vertical divide os seres humanos entre vencedores e vencidos, aliados e inimigos, fiéis e hereges; desce da abstração da linguagem para atingir seu ponto mais cruel: a segregação de corpos.

    Uma pessoa é o seu corpo. Morto o corpo, desaparece a pessoa. Contudo, chegamos às portas do Terceiro Milênio num mundo dominado pela cultura da glamourização de corpos aquinhoados por fama, beleza e riqueza, e a exclusão de corpos condenados pela pobreza.

    A fome mata muito mais que a Aids. Por que a Aids mobiliza mais? Porque não faz distinção de classe. A fome é problema dos oprimidos e ameaça um terço da humanidade. Os premiados pela loteria biológica, nascidos em famílias que podem se dar ao luxo de comer menos para não engordar, são indiferentes aos famintos.

    Açougues virtuais, as bancas de revistas exaltam a exuberância erótica de corpos, sem que haja igual espaço para ideias, valores, espiritualidades e utopias. Menos livrarias, mais academias de ginástica.

    A política das nações pode ser justamente avaliada pela maneira como a economia lida com a concretude dos corpos, sem exceção. Num mundo em que os objetos de luxo merecem veneração muito superior ao modo como são tratados milhões de homens e mulheres e o valor do dinheiro se sobrepõe ao de vidas humanas, é hora de nos perguntarmos como é possível corpos tão perfumados com mentalidades e práticas tão hediondas? E por que ideias tão nobres e gestos tão belos floresceram nos corpos assassinados de Jesus, Gandhi, Che Guevara e Chico Mendes?

    O limite do corpo humano não é a pele, é a Terra. Resta fazer esta certeza implantar-se na consciência.

    Fonte: http://odia.ig.com.br/portal/opiniao/frei-betto-o-corpo-1.448244

    Um ótimo dia pra você!

    Grande abraço,

  • O Vigor da Natasha

    Data: 29/05/2012 | Categoria: Livre | Comentários: 0

     dddddddddddddddd……. 

     A adversidade é algo que sabemos existir, mas não nos preparamos para enfrentar. Vivemos como se grandes problemas ou grandes tragédias só ocorressem com os outros, e assim nos conduzimos. 

    Quando chega uma turbulência não raro atenuamos a dor com divagações… Deus escreve certo por linhas tortas… Uma delas. Neste final de semana ouvi a frase e me perguntei: Será?…   

    Conheci a Natasha quase um bebê. Recentemente soube que há pouco, aos dezoito anos, morreu em um grave acidente.   

    Sendo a morte a outra face da vida, ela continua presente, e seus pais, Maristela e Noel, aprendem a reconhecer-lhe a presença, a ler suas mensagens contínuas, agora por outras vias.   

    Na primeira leitura Maristela criou o blog Marca do Bem; nele apresenta o Projeto de Revitalização Cantinho das Crianças, do hospital da UFU (Universidade Federal de Uberlândia). http://marcadobem.blogspot.com.br/search?updated-min=2011-01-01T00:00:00-02:00&updated-max=2012-01-01T00:00:00-02:00&max-results=12    

    Entre o antes e o depois, justo aí, permeia o vigor da Natasha, fonte de motivação… Linda!     

      

    Parabéns Maristela, pelo belíssimo resultado! Rebeca também contou a história lá no http://www.pessoabonita.com.br/kids/ . Veja!

    Boa leitura e ótimas realizações! 

    Um grande e solidário abraço,  

  • Ação Brasil Carinhoso

    Data: 15/05/2012 | Categoria: Livre | Comentários: 0

    “Bolsa-Família”, “Fome Zero”, “Brasil Para Todos”, “ProUni”, “Minha Casa Minha Vida”, “ProJovem”… A lista do governo é extensa, pois são programas assistencialistas com rápida e difusa repercussão, gerando votos certeiros.

    Anteontem, em rede nacional, a presidenta Dilma Housseff lançou mais um: “Ação Brasil Carinhoso”, que, segundo ela, tem como objetivo tirar da miséria absoluta todas as famílias brasileiras que tenham, nessa condição, crianças com até 06 anos de idade. http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2012-05-13/dilma-fala-em-rede-nacional-e-lanca-acao-brasil-carinhoso.html

    O horário era nobre e o dia das mães. Não por acaso, o discurso ensaiado, por vício da má política, repleto de palavras chaves - sentimentalistas - a começar pelo título.

    Coincidência ou não, minutos após seu pronunciamento o Fantástico, da Rede Globo, exibiu mais uma matéria tratando da corrupção; dessa vez envolvendo os milionários desvios de verba no escândalo dos precatórios. http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1680298-15605,00-CASAL+ACUSA+DESEMBARGADORES+DE+ENVOLVIMENTO+EM+DESVIO+DE+R+MILHOES.html

    Associei uma coisa à outra e me deparei com uma lacuna: “Corrupção Zero”. Programa já sugerido pelo senador Cristovam Buarque, em 2008. Não sendo assistencialista… Parece-me não ter sido levado a sério.

    Se lançado, enxugaria a extensão da lista, pois, sem o escandaloso índice de corrupção teríamos verba para um plano de organização social decente. É possível.

    Bolsas? Só as ecologicamente corretas, para ir ao supermercado e comprar, com o próprio dinheiro, fruto do próprio trabalho, uma bem ajustada cesta… Que nem precisaria ser básica… Quem duvida?

    Tenho fé que um dia assim seja!

        Abraço,

     

     

  • Acessibilidade… Buscando o Ponto.

    Data: 28/04/2012 | Categoria: Livre | Comentários: 0

    Há muitos anos fiquei surpresa com a significativa quantidade de deficientes físicos nas ruas da Alemanha. A qualificada infraestrutura dos ambientes públicos lhes permitia circular livremente e confortavelmente, sem o menor confronto com obstáculos.

    Naquele contexto, até então não havia refletido sobre a forçada invisibilidade dos nossos deficientes.  Acessibilidade… Traçando um paralelo com o Brasil, era esse o fator que nos diferenciava.

    Naquela época parecia estarmos longe de ocupar, internacionalmente, o status privilegiado que hoje ocupamos. Porém, nesse fator, de lá para cá nada mudou; merecendo ressalva a crescente e agravante proliferação de automóveis disputando espaços nas ruas.

    Sob o pretexto de ampliar e manter empregos, somos um país que desenfreadamente, incentiva a produção automobilística e o consumo. Compreensível, se nossos carros voassem, mas como precisam de estradas é de se estranhar seu estado. Deplorável.

    Pior que elas, só mesmo as calçadas, denunciando o total descaso com os andantes, quanto mais com os cadeirantes, ou qualquer tipo de deficiente. Não há padronização; não há fiscalização. Cada um faz dela, ou põe nela, aquilo que bem entende.

    Anteontem o Jornal Nacional exibiu matéria sobre o assunto… Vergonhosa a constatação, salvo poucas exceções. Lamentável destaque, no índice de precariedade, para alguns Estados, como o Rio de Janeiro.

    Status privilegiado? É sensato não deslumbrar com o ranking.

    Para merecer tal destaque não basta fortalecer a economia e incentivar, irracionalmente, o consumo. É preciso, paralelamente, investir em tudo aquilo que nos remeta ao patamar da civilidade. Qualificação humana. Talvez seja esse o ponto.

        Aproveite o feriadão! Tenha um ótimo final de semana!

        Grande abraço,

  • Mãe de um AUTISTA… Com muito orgulho!

    Data: 02/04/2012 | Categoria: Livre | Comentários: 1

    Sou Cynthia Flores, mãe do Gabriel e do Daniel, essa criança linda da foto.

    Meu objetivo com esse texto é partilhar as lutas contra os tabus e o preconceito; nossas dificuldades no dia a dia, mas, principalmente, a riqueza que a convivência com um autista acrescenta em nossas vidas…

    Sempre me perguntam:

    - Qual o diagnóstico do seu filho?

    Eu digo: – Autismo Severo… Mas isso é somente um rótulo…

    Quando foi feito o diagnóstico, tudo se desmoronou à minha volta. Senti um peso de dor enorme. Angústia, sensação de frustração, um vazio… Foi um período muito difícil. Estar com o Daniel nas sessões, ouvir tudo o que me diziam sem me pouparem dos pormenores… Muitas vezes os meus pensamentos se misturavam com as vozes dos médicos; e eu só queria sair dali.

    Mas, se foi muito difícil enfrentar esse período, hoje sinto muito orgulho por ter conseguido superá-lo.

    Conviver com um filho autista faz da sua vida uma caixa de surpresas. Tenho de reconhecer, não é fácil! Mas quando vejo um sorriso, ganho um beijo espontâneo; quando escuto uma palavra, ou mesmo um som que signifique uma vontade, um pedido; quando sinto que ele raciocinou para fazer alguma coisa… A onda de felicidade que me toma, é inexplicável.

    Daniel frequenta escola regular, onde todos fazem um esforço enorme por ele. Não tenho problemas com os pais e as mães de outras crianças, pois todos foram esclarecidos quanto à sua condição. Os funcionários da escola estão sempre buscando aprender mais sobre ele e suas características.

    Cada dia é um dia, cada passo é um passo. A minha esperança é a minha força para lutar.

    É muito gratificante ver a evolução, constatar as diferenças e essencialmente viver e sentir os momentos e emoções que essas crianças conseguem nos transmitir; fazer ver, sentir e viver!

    Se por um lado, quando tem as crises, mostra todo o seu lado agressivo, por outro, consegue nos dar um amor desinteressado e verdadeiro.

    Hoje olho para ele e, à sua maneira, percebo-o como um menino normal. É especial porque consegue ensinar-me muita coisa, mostrar-me a beleza nas pequenas conquistas. Consegue tirar o melhor de mim e isso me deixa muito feliz… E com força para continuar essa luta e mostrar ao mundo, à nossa sociedade, que eles também têm direitos, eles também podem ser felizes, apenas de uma maneira diferente da nossa… Não é necessário serem excluídos! São capazes de fazer muito.

    Por reconhecer o privilégio dessa convivência, me orgulho de mostrá-lo a todos! Jamais tive vontade de escondê-lo do mundo.

    Realmente existem situações embaraçosas e desagradáveis. Quando, por exemplo, sem motivo aparente decide jogar ao chão tudo o que está à sua volta, ou começa a bater em quem se aproxima dele, reconheço que muitas vezes parece ser um menino malcriado, mas não é! Se tomarmos atenção, em vez de criticar ao primeiro grito que ouvimos dele, conseguimos perceber que não é um menino malcriado, mas sim um menino que está ansioso por algum motivo. Nosso foco deve estar naquilo que motivou essa ansiedade, e procurar contorná-lo.

    Tudo o que escrevo, por enquanto, parece-me que só é entendido por alguém que passe ou já tenha passado pelo mesmo que nós. Mas, acredito na expansão desse entendimento, na capacidade de sensibilização da nossa sociedade, e luto por isso.

    Texto de Cynthia Flores - New Midia – Barra do Piraí / RJ

    Vista-se hoje de azul e conheça mais sobre o Autismo no http://www.autimismo.com.br/

    ♥ ♥ ♥ Mostre também o recadinho às crianças no www.pessoabonita.com.br/kids

  • Fátima Regina da Veiga Tostes… Tesouro de Amiga

    Data: 22/03/2012 | Categoria: Livre | Comentários: 0

     

    Fátima e eu nos conhecemos há muitos anos atrás durante um curso médico, no Rio de Janeiro, onde ela mora. 

    Certo dia me convidou para que dormisse em sua casa e, na manhã seguinte, prosseguíssemos com os estudos…

    Lá, no auge de um assunto, surge seu filho Bernardo, uns seis anos de idade, com minha bolsa em uma das mãos e uma peça de roupa na outra. Disse: Toma! Aos risos, entendemos prontamente o recado. Era hora de me mandar embora; já lhe havia ocupado demais a mãe. 

    Agora, formado em Designer, estuda Administração, faz um Petit Gateau como ninguém e, algo me diz, não escapará das teias da culinária… É só uma questão de tempo.

    Vitor era o mais novo; marrento, fazia me sentir intrusa, conquistá-lo não foi nada fácil. Numa noite dei a ele um dinheirinho e me pediu, em tom de cumplicidade, que quando fosse dormir guardasse  embaixo do colchão (eu dormia na cama dele… Era justo me achar intrusa). Atendi e me diverti diante das múltiplas moedinhas em meio a cédulas mal dobradas.

    Prova de confiança… Hasteou-me a bandeira branca!

    Hoje, saindo da adolescência, estuda Direito e participa, administrativamente, dos negócios da família… Recordando a história do colchão, assim era de se esperar.

    Fátima e eu gostávamos também de visitar lojas; conhecer novidades. Na primeira ida fomos a um shopping bem chic especializado em decoração. Lá nos deparamos com um sofá estampado; tão espalhafatoso quanto um holofote, além de me parecer imenso… E caríssimo. Pois, lhe digo, mal acreditei quando ela entrou na loja e sem titubear, comprou o sofá. Nada demais não fosse a sala dela pequena… Deu um jeito, e acho até que ficou lindo.

    Esse foi apenas o início de muitas situações engraçadas e os primeiros pontos da trama de uma extensa e sólida amizade, tecida com muito zelo, afeto, respeito, comprometimento, admiração e humor. Uma das mais belas e preciosas obras que me orgulho de ter cultivado.

    Agora estou lhe contando essa história porque domingo ela me ligou e conversamos por mais de uma hora. Está empenhada em me ajudar num assunto e não é do tipo que teoriza ou pergunta… Impetuosa, fiel ao estilo sofá, simplesmente chega e faz; acode sem ensaiar.

    Desligado o telefone, ligo novamente e digo:

    - Terminamos de conversar e me vi tão agradecida por nossa amizade que precisava lhe dizer isso… E desliguei engasgada.

    De tão emocionada e feliz, chorei muito; tenho a certeza de que ela também, do outro lado.

    A imagem da foto é o último presente que me deu. Uma almofada com pedrinhas coloridas nos cantos, acolchoada com ervas e aroma de chá. Como não decifrei o que era, disse-me que é para servir de apoio às xícaras.

    Se fosse outro presente, uma xícara, a propósito, não seria escolha dela. Certamente, deu pra você notar.

        Abraços,

     

     

     OBS: para ler e postar comentários, clique sobre o título.

  • Reaprender é possível… E preciso.

    Data: 09/02/2012 | Categoria: Livre | Comentários: 0

     

    Padre Fábio de Melo é uma pessoa que tem o dom da oratória. Além disso, demonstra uma vasta cultura e, apesar de relativamente jovem, acumula sabedoria.

    Trata-se de alguém a quem vale a pena ouvir o que tem a dizer, não importa qual seja a nossa religião ou, até mesmo, nenhuma. O que comunica transpõe os discursos religiosos; é predominantemente imparcial, sensível e inteligente. 

    Outro dia, falou que somos um terreno sagrado, portanto deveríamos estar muito atentos sobre quem deixamos acampar dentro dele. 

    Tenho estado a pensar sobre isso; talvez por me chamar a atenção a forma apressada, imediatista e descuidada, com que hoje nos relacionamos. 

    Num exercício de superficialidade e descarte constante, a arte de representar se tornou tão refinada que quem finge, o faz como verdadeiro. O que é falso tornou-se autêntico… Pervertemos. 

    É possível considerar tal modelo como viável e normal, pois, assim como nos adaptamos às novas tecnologias, não há por que não nos adaptarmos a novos comportamentos. 

    Mas, será cabível aceitar como humanamente saudável calejar tanto a alma a ponto de perdermos o acesso a valores como confiança, reconhecimento e respeito? 

    Se não, então qual a saída? Venho me perguntando. Porque há. Apenas já não funcionam as fórmulas antigas… O olho no olho não faz sentido para quem desaprendeu a enxergar; a palavra já não faz sentido quando sua função tornou-se inconsequente, obsoleta. 

    Nossa geração, desafiada por múltiplas mudanças, tem que encarar mais essa… Na cancela do acampamento há que se reconsiderar os códigos de entrada… E de saída. 

    Enquanto isso concedo livre acesso à Júlia, Sara, Isabelle, Ana Luiza, Duda, Maria Paula, ao Guilherme… Crianças e adolescentes que me apontam para seres humanos viáveis. 

    Por elas, reaprender é possível… E preciso.

        Uma ótima tarde para você!

        Abraços,

  • O Photoshop da Razão é o Encanto

    Data: 23/01/2012 | Categoria: Livre | Comentários: 0

    É cabível uma versão moderna de “quem ama o feio, bonito lhe parece”.

    Foi assim que, num momento de desencanto, pensei ser o encanto, o photoshop da razão.

    Encantados tudo se ajusta, faz sentido, se equilibra; as imperfeições desvanecem.

    Quando quebrado o encanto, como que por encanto, moldados na realidade, nos ditames da razão, os defeitos aparecem.

    E isso, às vezes, de modo tão contundente, que assusta, atordoa. Tangencia o insuportável. Obriga-nos um lenitivo.

    Percorro imagens, folheio livros, silencio… Até que o rastro do encanto, de novo chegue e adentre. 

    Tem dia que torço a que chegue… Meia noite… Como que por encanto, amanhã, que já é quase, sempre será outro dia… Que venha!

  • O Pequeno Príncipe

    Data: 06/01/2012 | Categoria: Livre | Comentários: 2

     

    E aí, transitando pela internet, deparo-me com O Pequeno Príncipe. Uma fábula sobre amizade, solidariedade e desapego.

    Na história ele diz que quando estamos tristes demais, gostamos do pôr do sol.

    Um dia ele viu o pôr do sol 43 vezes… Lendo sua contagem, justo depois de ontem, e anteontem, vejo que não foi por acaso que hoje me deparei com o livro.

    Tenho pra mim também, que às vezes só contemplar não basta. Isso porque tanto a tristeza quanto a alegria, compartilham o mesmo espaço. Então, se estamos muito tristes, é preciso chorar todas as lágrimas, esvaziar o compartimento, mesmo correndo o risco de afogarmos o pôr do sol. Se não o fazemos, o riso umedece… Não consegue sair inteiro.

    E há um equívoco na interpretação da lágrima, não poucas vezes. Como desde quando crianças, o mundo nos vem com a história de termos o choro contido.

    - Engole esse choro menina (o)!… A despeito dos prejuízos… Engolimos.

    E como se não bastasse, agora, recentemente, implantaram a ditadura da alegria. Ri-se por dever. Como se o choro e o riso diferissem do mesmo enredo. No destempero, crescemos com os compartimentos úmidos… Por isso mesmo, quantos de nós desaprende o que seja um sorriso pleno.

    Desses, que nos permite entender o alerta sobre a amizade, através do diálogo com a raposa no 21º capítulo:

    Ela pede ao príncipe que a cative. Ele lhe pergunta o que é cativar. É uma coisa muito esquecida, diz. Significa criar laços.

    - Criar laços?

    - Exatamente, confirma a raposa… Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.

    - A gente só conhece bem as coisas que cativou. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

    - Que é preciso fazer? Perguntou o príncipe.

    - É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas, a cada dia, te sentarás mais perto…

    No dia seguinte o príncipe voltou.

    - Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas, se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.

    - Que é um rito? Ele pergunta.

    - É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas…

    E assim vai-se desenvolvendo a história.

    Veja que, no devaneio, acabei por reler o livro. Há anos não o fazia; como há ângulos que eu nunca via… E agora vejo. Quem sabe seja o seu caso?!

    Se tentar lhe aguça os sentidos, vá ao http://www.cirac.org/VMF-principe-pt.htm  e leia o livro. Experimente! É possível que valha a pena. Sim, quem sabe?

        Grande abraço,

  • Santos x Barcelona

    Data: 18/12/2011 | Categoria: Livre | Comentários: 1

    Boa a manhã de ontem… Um belo jogo de futebol da final do Mundial de Clubes, entre Santos e Barcelona, seguido do Domingo Espetacular, rede Globo, que, desta vez, foi espetacular mesmo.

    Por sorte, acompanhei passo a passo…

    O olhar de fã do Neymar para o Messi. A bola que não saía dos pés do Barça. O Santos atordoado, como que entorpecido pelo gigante. A fidelidade das torcidas… E, finalmente, a rendição de todos à superioridade do maior time do mundo: o Barcelona, do La Masia.

    Como sabiamente afirmou Neymar, foi uma aula de futebol, deixando claro, nas entrelinhas, que apesar do desmedido glamour que o cerca, muito há por aprender. Saiu com o rosto sério. Destoou do topete engraçado. Surpreendeu, na entrevista.

    Tecnicamente, o placar marcou zero para o time brasileiro e quatro para o espanhol. Humanamente, empataria. O Barcelona ensinou o que aprendeu, e o Santos aprendeu o que ainda não sabia. 

    Finalizada a partida os vencedores, feito crianças, apoiaram o troféu no gramado e prestaram sua reverência; comemoraram em torno dele. EDUCAÇÃO. Foi o que determinou a vitória. Foi o que formatou a partida.

    Relembrando a história do Barcelona, do não acaso da superioridade, do quanto investe na formação de atletas e seres humanos (o que os diferencia é exatamente essa “dobradinha”), comentou-se que, a partir de então, os técnicos brasileiros repensariam suas estratégias.

    Daqui, torço para que esse repensar extrapole os espaços físicos dos clubes e se instale em todas as escolas, todas as empresas, todas as corporações, enfim, onde haja propósitos em comum e se anseie por evolução, se anseie por melhorias.

    Afinal, precisamos reconhecer… Muito além do preparo e da formação técnica, formar pessoas é a mais poderosa chave capaz de abrir as portas para o sucesso autêntico. É o que nos mostrou esse espetáculo. É o que nos provou La Masia.

        Uma ótima semana para você!

        Grande e forte abraço,

    Foto: fonte http://www.lancenet.com.br/santos/sonhado-Santos-encara-Barcelona-Mundial_0_610139073.html

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