• Fátima Regina da Veiga Tostes… Tesouro de Amiga

    Data: 22/03/2012 | Categoria: Livre | Tags:

     

    Fátima e eu nos conhecemos há muitos anos atrás durante um curso médico, no Rio de Janeiro, onde ela mora. 

    Certo dia me convidou para que dormisse em sua casa e, na manhã seguinte, prosseguíssemos com os estudos…

    Lá, no auge de um assunto, surge seu filho Bernardo, uns seis anos de idade, com minha bolsa em uma das mãos e uma peça de roupa na outra. Disse: Toma! Aos risos, entendemos prontamente o recado. Era hora de me mandar embora; já lhe havia ocupado demais a mãe. 

    Agora, formado em Designer, estuda Administração, faz um Petit Gateau como ninguém e, algo me diz, não escapará das teias da culinária… É só uma questão de tempo.

    Vitor era o mais novo; marrento, fazia me sentir intrusa, conquistá-lo não foi nada fácil. Numa noite dei a ele um dinheirinho e me pediu, em tom de cumplicidade, que quando fosse dormir guardasse  embaixo do colchão (eu dormia na cama dele… Era justo me achar intrusa). Atendi e me diverti diante das múltiplas moedinhas em meio a cédulas mal dobradas.

    Prova de confiança… Hasteou-me a bandeira branca!

    Hoje, saindo da adolescência, estuda Direito e participa, administrativamente, dos negócios da família… Recordando a história do colchão, assim era de se esperar.

    Fátima e eu gostávamos também de visitar lojas; conhecer novidades. Na primeira ida fomos a um shopping bem chic especializado em decoração. Lá nos deparamos com um sofá estampado; tão espalhafatoso quanto um holofote, além de me parecer imenso… E caríssimo. Pois, lhe digo, mal acreditei quando ela entrou na loja e sem titubear, comprou o sofá. Nada demais não fosse a sala dela pequena… Deu um jeito, e acho até que ficou lindo.

    Esse foi apenas o início de muitas situações engraçadas e os primeiros pontos da trama de uma extensa e sólida amizade, tecida com muito zelo, afeto, respeito, comprometimento, admiração e humor. Uma das mais belas e preciosas obras que me orgulho de ter cultivado.

    Agora estou lhe contando essa história porque domingo ela me ligou e conversamos por mais de uma hora. Está empenhada em me ajudar num assunto e não é do tipo que teoriza ou pergunta… Impetuosa, fiel ao estilo sofá, simplesmente chega e faz; acode sem ensaiar.

    Desligado o telefone, ligo novamente e digo:

    - Terminamos de conversar e me vi tão agradecida por nossa amizade que precisava lhe dizer isso… E desliguei engasgada.

    De tão emocionada e feliz, chorei muito; tenho a certeza de que ela também, do outro lado.

    A imagem da foto é o último presente que me deu. Uma almofada com pedrinhas coloridas nos cantos, acolchoada com ervas e aroma de chá. Como não decifrei o que era, disse-me que é para servir de apoio às xícaras.

    Se fosse outro presente, uma xícara, a propósito, não seria escolha dela. Certamente, deu pra você notar.

        Abraços,

     

     

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