• Domicio de Paula… Colando sobre Papel

    Data: 18/11/2017 | Categoria: Entrevistas | Tags:

    Prazer ter você aqui, reforçando as horas agradáveis compartilhadas no Café ComPaixão. Vamos começar pelo nome dado à exposição: Por que “COR, PARA QUE TE QUERO?”?

    Quando me perguntaram, não racionalizei a respeito. Foi a primeira frase que me veio… O que senti vontade de pronunciar.

    Há 29 anos você é portador da Síndrome de Parkinson, e sabemos o quanto ela compromete os movimentos. Isso interfere na sua produção?

    Não, não interfere. Consigo me adequar, me ausentar das dificuldades. Quando estou envolvido com o meu trabalho ele se sobrepõe ao Parkinson, toda a minha energia é direcionada a ele.

    E que horizontes essa mesma síndrome abre para essa produção?

    Se pensamos em criar imagens alegres, visando apenas clarear um pouco mais as nossas vidas, com certeza já estaremos contribuindo para o nosso crescimento e bem estar. Eu diria que agora os meus horizontes não estão tão estreitos e distantes como me pareciam, sinto-os bem mais amplos e próximos.

    Como se expressa sua produção?

    Surge a inspiração inesperadamente, como manifestação totalmente espontânea. O processo criativo só se afasta quando termino um trabalho.

    E de onde vem sua inspiração?

    Como disse anteriormente, ela surge de maneira inesperada, e a partir daí se expressa imediatamente sobre o objeto, sem planejamento ou qualquer esboço.

    Que materiais você utiliza?

    Usualmente, até então, papel-cartão, papel de seda, vinil autocolante, cola branca, estilete, tesoura e caneta hidrográfica.

    Você é membro ativo da APPEMA, Associação de Portadores de Parkinson. Em que medida esse engajamento influencia sua produtividade?

    Com certeza a APPEMA é, atualmente, a principal fonte de energia da minha vida; é uma extensão da minha família. Minha existência passou a ter mais sentido ao me incorporar a ela.

    Você também participa de um Projeto Parkinson, implantado pelo Centro Universitário U.B.M., onde, por meio de ações interdisciplinares, busca-se ampliar a qualidade de vida dos portadores dessa síndrome. O que nos diria sobre essa experiência?

    Esse projeto foi elaborado por pessoas que realmente têm interesse em aprofundar conhecimentos sobre o assunto. É uma equipe claramente comprometida e envolvida com o que faz. A U.B.M., por meio de seus professores e alunos, tem nos ajudado a minimizar nossas dificuldades, melhorando substancialmente a nossa qualidade de vida. A eles só temos agradecimentos.

    Vendo de perto o seu trabalho e o ambiente em que é construído, fica fácil compreender o título da exposição. Nossa gratidão por estar com a gente, Domício.

    Eu também agradeço muito pela oportunidade, não apenas de expor meus trabalhos, mas também de falar um pouco sobre a APPEMA e o PROJETO PARKINSON U.B.M., iniciativas que, pela seriedade e importância, merecem ser destacadas, pois precisam inspirar e envolver mais pessoas.

    Conheça os trabalhos visitando: http://www.pessoabonita.com.br/artista.php?id=85&tipo=2

    Autoria da Foto: