• O Pequeno Príncipe

    Data: 06/01/2012 | Categoria: Livre | Tags:

     

    E aí, transitando pela internet, deparo-me com O Pequeno Príncipe. Uma fábula sobre amizade, solidariedade e desapego.

    Na história ele diz que quando estamos tristes demais, gostamos do pôr do sol.

    Um dia ele viu o pôr do sol 43 vezes… Lendo sua contagem, justo depois de ontem, e anteontem, vejo que não foi por acaso que hoje me deparei com o livro.

    Tenho pra mim também, que às vezes só contemplar não basta. Isso porque tanto a tristeza quanto a alegria, compartilham o mesmo espaço. Então, se estamos muito tristes, é preciso chorar todas as lágrimas, esvaziar o compartimento, mesmo correndo o risco de afogarmos o pôr do sol. Se não o fazemos, o riso umedece… Não consegue sair inteiro.

    E há um equívoco na interpretação da lágrima, não poucas vezes. Como desde quando crianças, o mundo nos vem com a história de termos o choro contido.

    - Engole esse choro menina (o)!… A despeito dos prejuízos… Engolimos.

    E como se não bastasse, agora, recentemente, implantaram a ditadura da alegria. Ri-se por dever. Como se o choro e o riso diferissem do mesmo enredo. No destempero, crescemos com os compartimentos úmidos… Por isso mesmo, quantos de nós desaprende o que seja um sorriso pleno.

    Desses, que nos permite entender o alerta sobre a amizade, através do diálogo com a raposa no 21º capítulo:

    Ela pede ao príncipe que a cative. Ele lhe pergunta o que é cativar. É uma coisa muito esquecida, diz. Significa criar laços.

    - Criar laços?

    - Exatamente, confirma a raposa… Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.

    - A gente só conhece bem as coisas que cativou. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

    - Que é preciso fazer? Perguntou o príncipe.

    - É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas, a cada dia, te sentarás mais perto…

    No dia seguinte o príncipe voltou.

    - Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas, se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.

    - Que é um rito? Ele pergunta.

    - É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas…

    E assim vai-se desenvolvendo a história.

    Veja que, no devaneio, acabei por reler o livro. Há anos não o fazia; como há ângulos que eu nunca via… E agora vejo. Quem sabe seja o seu caso?!

    Se tentar lhe aguça os sentidos, vá ao http://www.cirac.org/VMF-principe-pt.htm  e leia o livro. Experimente! É possível que valha a pena. Sim, quem sabe?

        Grande abraço,