• QUEM DISSE QUE NÃO NASCEMOS COM MANUAL DE INSTRUÇÃO?

    Data: 04/08/2010 | Categoria: Livre | Tags:

    Refletindo sobre a educação e o tanto que nos parece complexa, me perguntei como é possível que alguém tão atento e cuidadoso, que nos concede um universo tão sofisticado e perfeito, cometa a falha de nos enviar tudo isso, incluindo a nós mesmos, sem um manual de instrução? Parece-me incoerente. Mas se o manual existe, onde estaria? Estou tendendo a concluir que está dentro de nós, e que talvez seja tão simples e claro que sua descrição caberia em poucas linhas, quem sabe numa palavra.

    Nesse enredo do pensar veio-me a ÉTICA como palavra no livro Introdução à Ética Contemporânea do professor e doutor em filosofia, Olinto Pegoraro, onde nos diz, aqui resumidamente, que a ética é objetiva e se origina das relações entre os seres. Somos éticos em relação a alguém, nas relações interpessoais, e não porque obedecemos a normas. E como seres relacionais que somos, porém dotados de razão e de liberdade, precisamos de algo (e a ética seria esse algo) que oriente nossas escolhas e por consequência, nossas ações. Para entender melhor o que seja utiliza a forte expressão de E. Levinàs, filósofo francês, ao dizer que “o apelo ético é o rosto do outro que me interpela e pede reconhecimento e respeito”.  Ampliando essa belíssima definição a ética contemporânea inclui todas as formas de vida, além do ambiente onde se desenvolvem.

    Assim, orientados por ela, é possível identificar seu apelo em cada rosto, em cada ser, como nos sugere Levinàs. Pretensiosamente, a ele eu acrescentaria além do reconhecimento e do respeito, também a gratidão, pois como não agradecer a todos e a tudo o que nos rodeia, oferecendo-nos a oportunidade do aperfeiçoamento através das sucessivas interações, dos sucessivos relacionamentos?

    Não sei, posso estar enganada, mas penso que seja nisso, no pleno exercício dessa simples palavra, que consiste nosso manual de instrução. Só que para acessá-lo é preciso que nos desvencilhemos um pouco das pressões e dos apelos superficiais do cotidiano, pesquisando com calma os preciosos arquivos da nossa consciência. Quem sabe seguindo o que nos diz a gente consiga ampliar nossas margens de acertos.

    Você também já pensou sobre isso?

        Tenha um ótimo dia!

        Abraços,

     

         * www.pessoabonita.com.br

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